Anais e proceedings de eventos são geralmente considerados cidadãos de segunda-classe no mundo das publicações. Não trazem o mesmo peso de uma publicação em revista científica nem têm a mesma agilidade de um preprint.
Por que então precisamos falar sobre anais e proceedings de congressos? Porque eles são sim publicações importantes! As funções são diferentes, mas existe um equívoco ao rebaixar os anais de eventos, quando eles têm um papel imprescindível na difusão entre pares e manutenção de ambientes saudáveis e estruturados de debates e trocas no mundo científico.
O que são Anais de eventos ou Proceedings?
Ao final de congressos científicos o trabalho dos organizadores não termina. É hora de preparar os chamados Anais ou Proceedings do evento.
Anais de evento, em português, e Conference Proceedings, em inglês, são uma coletânea de conhecimentos, que geralmente passam por validação, que reúnem documentos históricos de todas as submissões aprovadas e suas discussões durante a edição de encontros científicos. Você pode saber mais sobre este tipo de publicação aqui neste post do Galoá.
São nesses encontros que os pesquisadores põem seus trabalhos à prova. O que foi escrito ganha voz e deve responder comparações, dúvidas, críticas e elogios em tempo real e com a espontaneidade que o “delete” do computador não deixa passar.
O registro desses momentos e a compilação dos trabalhos apresentados em cada evento formam um material rico para se compreender momentos e cenários da produção científica em áreas específicas, além de manter acesas discussões surgidas até o próximo encontro.
O alcance dos Proceedings
Originalmente publicados em livros anualmente, depois em CDs, pendrives e agora, principalmente, em plataformas online, os proceedings são acessados por quem participou do evento, queria ter participado, vai participar dos próximos e por pesquisadores da área no geral.
É importante que os organizadores saibam do alcance que estas publicações possuem porque os anais de eventos servem de vitrines para próximas edições. O Galoá Proceedings, por exemplo, além de receber e organizar todo o material enviado pelos organizadores, também gera os dados de acesso a cada trabalho, informação importante para a visualização do impacto do evento e também para o autor acompanhar o sucesso de seu trabalho.
O Simpósio Latino Americano de Ciências de Alimentos (Slaca) realizou pelo terceiro ano consecutivo todos os processos online de organização com o Galoá, incluindo a publicação dos proceedings. Os trabalhos dos anais do simpósio de 2015 receberam até 2017 mais de 185 mil acessos.
Esse potencial de manter o evento lembrado dos anais possibilitou que na edição de 2017 o SLACA, encontro bianual, recebesse quase o dobro de submissões da edição anterior. Esses números podem indicar que o nome do evento circulou bastante e positivamente, já que mais pesquisadores decidiram enviar trabalhos.
Além de oferecer o sistema ideal de publicação de Conference Proceedings, o Galoá também possui seus canais próprios que auxiliam na divulgação de trabalhos e dos registros dos eventos que publica. Esse é o caso da seção “Pesquisa em Destaque” do nosso blog, que tem grande abrangência entre acadêmicos de todo o país.
Uma iniciativa como essa possibilita a divulgação, ou popularização, de trabalhos de destaque nos eventos científicos, o que, consequentemente, mantém o encontro “vivo” por muito mais tempo, além de promover o próximo e contribuir para a consolidação e prestígio do evento como uma referência.
A publicação de proceedings de forma atraente, bem organizada e divulgada pode beneficiar muito os participantes do evento
O 25º Congresso PIBIC da Unicamp, realizado em outubro de 2017 em Campinas, interior de São Paulo, utilizou mais uma vez a plataforma Galoá Proceedings. A ação se trata de uma contínua parceria e confiança nos resultados apresentados, já que em 2016 a ferramenta de coleta de dados do Galoá indicou mais de 50 mil acessos aos resumos publicados após 24º Congresso PIBIC da Unicamp.
Os dados coletados na plataforma Galoá Proceedings Indexados permitem também que os organizadores saibam de onde vieram os acessos. No caso do Congresso PIBIC, por exemplo, que publica os anais com acesso aberto, muitas visitas vieram de outros países. Informação valiosa para se prever a tradução e promoção dos próximos eventos. Saiba mais sobre esses dados aqui.
Como os autores têm o registro de DOI dos trabalhos e podem cadastrá-los em seus Currículos Lattes, pesquisadores iniciantes começam a aprender como se produzir publicações e a documentar suas realizações de forma muito mais fácil do que acontecia há alguns anos. As participações de estudantes e pesquisadores já experientes nos eventos ficam registradas e permitem fácil acesso a pessoas com quem conversaram e abriram possibilidades de parcerias ou acesso de pessoas que gostariam de saber mais sobre algum trabalho, mas não tiveram a oportunidade de conversar com os autores durante o evento.
Enquanto publicações impressas perdem exponencialmente seu espaço e quase todo o material de pesquisa de diversas áreas já é encontrado online, investir em anais na internet se torna bastante democrático.
A vantagem de se ter uma publicação atrelada a um evento são várias, pois já existe um público potencialmente interessado: os autores que participaram do evento e os pesquisadores que, sabendo da temática do encontro e da reputação do evento, terão uma ideia do que vão encontrar ao acessarem os resumos e artigos publicados nos sites de proceedings.
Os anais e proceedings de eventos conectam participantes de encontros científicos entre eles e aos organizadores geram links importantes e duradouros entre trabalhos, autores e discussões. Cria-se também uma relação simbiótica entre o autor e o evento, pois a divulgação de um automaticamente promove o outro e se as referências de ambos são positivas, esse é o caminho para a conquista de ótimas reputações e espaços.
Os anais de evento são o melhor jeito de acompanhar o estado-da-arte
Os anais são ótimas fontes de consulta pós-evento porque pesquisadores podem se interessar e buscar as novidades. Mesmo quem participou do congresso pode se interessar por outros temas que possam ter perdido durante o evento ou buscar mais informações e fazer comentários.
É importante que organizadores de eventos científicos entendam que além dos anais serem o que ficam após o evento, eles também são fontes de pesquisas de estudantes, fontes de consulta de acadêmicos, além de documentos históricos.
Os anais também podem ser o canal de lançamento de pesquisas importantes ainda em desenvolvimento e o registro de contribuições importantes entre pesquisadores para a elaboração de trabalhos que impactem em nossa sociedade.
Dependendo da área é mais comum encontrar trabalhos completos publicados em anais de eventos, onde os pesquisadores fazem uso dessas referências sem questionamentos. É o caso das ciências da computação, por exemplo. Claro que o mesmo não se aplica a outras áreas.
As Ciências Biológicas determinam que a credibilidade de um trabalho publicado em uma revista científica renomada ainda tem mais valor do que os anais de eventos. Mas, como já discutimos aqui, isso vem mudando especialmente com a crescente reputação dos preprints, publicações depositadas em repositórios abertos que não passam pela revisão de pares, característica das revistas científicas.
Em um artigo publicado por Aureliana Lopes Lacerda e colegas em 2008, a autora traz estudos que apontam o alto uso de proceedings para a comunicação informal da ciência.
Podemos dizer que em termos de rigor científico, os anais estão entre os artigos científicos e os preprints, pois passam pela revisão de pares, não com a rigidez das revistas científicas, especialmente em razão do curto prazo que as organizações de eventos determinam entre as inscrições e apresentações dos trabalhos.
Digo que os anais de evento são o melhor jeito de acompanhar o estado da arte porque é através deles que se tem um panorama das discussões ocorridas em determinadas áreas da ciência: quais são as controvérsias, o que é o “assunto da moda”, que conceitos já foram ultrapassados e o que os substituiu, etc.
Um outro ponto muito importante, mas pouco mencionado, é a liberdade que os organizadores do evento têm para determinar os critérios de seleção e avaliação dos trabalhos, o que permite que os proceedings de eventos sejam mais audaciosos, modernos, democráticos e atendam às realidades atuais dos pesquisadores em oposição às revistas, mais tradicionais e rigorosas em suas exigências.
Anais e Proceedings são mais relevantes do que você pensa
Anais muitas vezes são tratados como mera formalidade, mas é importante compreendermos que, se bem-feitos, permitem a continuidade das discussões por muito mais tempo além do encerramento do evento. São canais importantíssimos de divulgação e compilação de material sobre temas específicos.
Repito: Os anais e proceeding são o que ficam. Todo o suor e o trabalho para a realização de um encontro memorável se torna experiência, aprendizado, novos contatos e ideias. Resulta, enfim, em muitos benefícios importantes, contudo intangíveis. Já os anais são o registro físico e permanente de todo o esforço e podem ser um material muito rico.
Organizadores de evento devem aproveitar do potencial de divulgação e inovação para transformar os anais de evento em uma ferramenta para alavancá-lo, durante o hiato entre uma edição e outra.
Se o organizador conseguir promover os anais do seu evento a ponto de atrair atenção positiva, que mantenha o nome em alta e com trabalhos em destaque, ele está promovendo seu evento como a principal referência da área.
Viu as vantagens de se publicar anais de eventos?
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