Ao começar a organizar um evento científico, provavelmente, você vai ouvir sobre a necessidade de arrecadar patrocínios como forma de firmar a marca do congresso ou para conseguir proporcionar a melhor experiência para os participantes.
No entanto, muitas pessoas acreditam que o patrocínio é apenas uma relação de mão única, em que as empresas colaboradoras são apenas doadoras e não financiadoras. Nesse contexto que surge este post, para compreendermos melhor o que é ter um patrocínio para eventos científicos e, indiretamente, instigar novas ideias para oferecer uma parceria de patrocínio mais efetiva e atraente para ambos lados da relação.
O que é um patrocínio?
Talvez você já tenha ouvido a piadinha de que algum empreendimento só foi possível com “paitrocínio”, ou seja, os pais patrocinaram o evento. Essa ideia está um pouco associada à origem da palavra patrocínio, do latim patrocinium, que seria o ato dos patrícios protegerem seus plebeus.
A ideia é bem próxima do que conhecemos como patrono, que protege e auxilia um ideal ou projeto que se identifica ou quer que se concretize, seja na forma de dinheiro ou serviços. Antigamente isso era bastante comum nas Artes, quando pintores e escultores conquistavam patronos para manter suas atividades, e hoje vemos essa ação de pessoas físicas em diversos microempreendimentos.
No entanto, com o passar dos séculos, muitos conceitos mudaram, assim como o que seria o patrocínio. Segundo definição publicada pela ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing), o patrocínio é visto pelas empresas como uma estratégia de investimento, ou seja, as empresas estão investindo em uma ideia com a intenção de terem um retorno efetivo para suas marcas.
O mesmo texto ainda explica que no contexto atual, quando as pessoas são constantemente bombardeadas por propagandas, torna-se mais atraente a ideia em investir nos patrocínios como busca de associação da empresa a um objetivo comum com seus consumidores.
Esse é um dos motivos para se quebrar a imagem de que patrocínio significa um apoio incondicional ou sem interesses a uma causa como foi a milênios atrás. Devemos nos atentar à atualidade e como ser um diferencial para as empresas investirem no potencial do evento científico organizado.
Resumindo, hoje o patrocínio é visto como uma parceria entre ambos os lados envolvidos nessa relação, sendo que o patrocinador pode prover tanto dinheiro, como serviços ou recursos humanos para uma causa que ela se identifica e que acredite que possa lhe trazer resultados sociais interessantes e mais orçamentos.
Para isso, na contramão você deve oferecer algo realmente atraente para seu patrocinador se sentir um parceiro na sua organização e não estar presente apenas em uma edição, mas durante toda a construção e continuidade do seu evento. Em outras palavras, que a parceria seja verdadeira e contínua.
Pontos importantes na decisão de uma empresa patrocinar um evento científico:
Quando você vai prospectar possíveis patrocinadores, imaginamos que você avalie se a empresa tem alguma similaridade com seu evento, não? Por exemplo, a possível patrocinadora tem valores compatíveis com o seu congresso? Se o seu congresso fala sobre a necessidade de preservar o meio ambiente, pode ser contraditório ter como parceira uma grande poluidora.
O mesmo pensamento se aplica para as empresas. Será que o evento condiz com os valores da marca e vale a pena investir em um patrocínio? O mais interessante para ambos lados também é que a relação seja duradoura, pois para a empresa não é tão efetivo um patrocínio em uma edição e na seguinte todos os participantes já esqueceram que a empresa existe.
Claro que existem empresas com recursos para investir em ações pontuais e buscando apenas uma maior visibilidade, mas o mais interessante para ambos lados é quando esses objetivos são comuns e duradouros. Ter o patrocinador na sua divulgação como parceiro tem um peso social muito grande e pode influenciar no número de participantes do seu congresso ou de clientes para a empresa. Reflita bem sobre isso antes de entrar em contato com as empresas selecionadas e sobre como conduzirá a relação para que ela seja a mais duradoura possível, sem que isso afete seus objetivos e valores.
Após ter esses pontos alinhados sobre objetivos e valores sociais, devemos entender que hoje o patrocínio é gerido pelas equipes de marketing de uma empresa como estratégia complementar das compras de mídia.
Como qualquer investimento, as empresas esperam clareza nos potenciais resultados que elas terão ao investir em um evento científico, evitando que a contribuição seja compreendida apenas como crédito a fundo perdido.
Outro ponto que devemos avaliar na negociação com os patrocinadores é sobre a competição dentro do nicho de atuação da empresa. Se o seu evento está em parceria com empresas concorrentes, elabore uma estratégia para que ambas se sintam seguras nessa parceria e que não estão sendo prejudicadas nessa relação aberta, por exemplo, as empresas poderão montar campanhas em cima do nome do evento para poderem se destacar?
Qual é o retorno do patrocínio em eventos para as empresas?
Como mencionamos diversas vezes neste texto, esse é um dos pontos mais importantes para as empresa patrocinadoras: Como que investir em eventos científicos pode trazer retorno para elas?
Então mãos à obra! Faça um levantamento sobre o alcance de público que a empresa pode atingir direta e indiretamente. Esse é um público engajado que pode se interessar pela empresa patrocinadora? Ou a ação promoverá uma baixa penetração nesse mercado?
Reflita o quanto a marca será exposta e como você pode colaborar para que ela continue presente nas suas próximas edições.
Algo importante para que você ressalte aos patrocinadores é que o patrocínio se trata de uma relação em que, no fim, o evento científico se torna uma ponte entre o público final e a empresa. Mostre essa necessidade estar em contato com o seu público e como isso pode favorecer ambos lados.
Bom, com isso dá para começar a prospectar possíveis empresas que tenham pensamentos alinhados com o do evento que está organizando.
Qualquer dúvida, comente neste post para sabermos quais novos conteúdos devemos focar.
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