Ao iniciar uma graduação, muitos alunos são convidados pelos professores e colegas a desenvolverem uma pesquisa em nível de iniciação científica como pontapé inicial para o mundo da pesquisa acadêmica.
Porém, muitos estudantes ainda não entendem bem o que é uma iniciação científica (rotineiramente chamada de IC) e nem quais são as vantagens em se realizar essa atividade. Por isso que decidimos reunir alguns pontos para ajudar os graduandos indecisos.
O que é a Iniciação Científica?
Antes de encarar essa nova jornada acadêmica, primeiro precisamos compreender o que é o programa de iniciação científica. Como o nome sugere, esse programa oferecido por muitas universidades públicas e particulares é uma das principais portas de entrada ao mundo científico.
Ou seja, será um processo que o aluno receberá orientações de um professor, muitas vezes participando de encontros coletivos em grupos de estudos ou laboratórios, para aprofundar os conhecimentos em determinada área do seu curso, conhecer metodologias e técnicas para propor novas análises ou descobertas com raciocínio crítico mais desenvolvido.
Esse é um dos motivos para muitos graduandos que desejam ingressar na carreira acadêmica, e “emendar” um mestrado ou doutorado, investirem na iniciação científica para terem mais base acadêmica após a graduação. O que não significa que quem quer se inserir logo no mercado de trabalho não possa aproveitar os aprendizados, é importante lembrar que muitas iniciações científicas são focadas em análises e em inovação e tecnologia.
Afinal, um dos principais objetivos de uma IC é que o estudante desenvolva pensamento científico e criativo para encontrar caminhos ao problema proposto no início da pesquisa, o que é exigido tanto no mercado de trabalho quando no ambiente acadêmico.
A iniciação científica na graduação
Para começar uma iniciação científica é necessário que o candidato escolha seu objeto de estudo primeiro para desenvolver um projeto de pesquisa em parceria com seu orientador, deve-se prestar atenção para o projeto se adequar à linha de pesquisa do professor escolhido para enfrentar a jornada junto. Esse detalhe é muito importante, pois o orientador tem o papel de auxiliar, indicar bibliografia e debates.
Caso a linha de pesquisa não seja familiar ao professor, a experiência pode ser insatisfatória tanto para o aluno quanto para o orientador, que podem ter dificuldades em concluir o projeto ou atritos para se chegar aos objetivos esperados.
Uma dica interessante para quem quer investir em uma IC é pesquisar se o professor que deseja como orientador já desenvolve um projeto maior na linha de pesquisa que quer participar, assim, a pesquisa de iniciação científica pode ser um braço ou estar dentro desse “projeto guarda-chuva” do orientador, recebendo colaboração nos debates com colegas (graduandos, mestrandos ou doutorandos) que tenham pesquisas próximas ao seu objeto de estudo.
Apesar de muitos consideraram que a iniciação científica é apenas um “complemento” do curso de graduação, ela não é simples e merece dedicação, por isso que é possível realizá-la com ou sem bolsa de incentivo.
Muitos cursos também aceitam os resultados obtidos em uma iniciação científica como equivalência nas disciplinas de Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), pesquise na sua faculdade ou departamento como que ocorre essa integração de currículo para jovens pesquisadores.
Dependendo do foco da iniciação científica, também é possível pedir equivalência de horas curriculares dedicadas à estágio, porém, mais uma vez, é necessário conferir na faculdade e departamento do curso para se informar se é possível e qual o caminho a ser tomado.
O tempo médio esperado para se concluir uma iniciação científica é de um ano com possibilidade de renovação para mais um ano. Apesar de existirem iniciações com duração de 6 meses, projetos curtos não são recomendados porque limitam a experiência do jovem pesquisador como pouco tempo de pesquisa e para participar em congressos ou publicar os resultados em anais de eventos.
Como fazer uma iniciação científica com bolsa?
Devido ao tempo de dedicação que demanda uma iniciação científica, quando possível, o recomendado é pleitear alguma bolsa de pesquisa. Mais uma vez, é necessário compreender quais parcerias a faculdade que o interessado frequenta mantém para oferecer as bolsas.
Outro fator importante para avaliar antes de solicitar a bolsa de fomento para IC é se a fomentadora exige dedicação exclusiva, ou seja, não é possível estagiar, trabalhar ou receber outra bolsa durante o período que for contemplado com a bolsa de IC.
Vamos tentar reunir aqui quais os principais caminhos que um estudante de graduação pode percorrer para conseguir uma bolsa de IC.
Bolsas de auxílio da universidade ou faculdade:
Como mencionado, é possível que a própria instituição onde o candidato está matriculado ofereça bolsas à pesquisa de iniciação científica.
Por exemplo, a Universidade de São Paulo (USP) tem um Programa Unificado de Bolsas (PUB), atualmente no valor de R$ 400,00 e com duração de 12 meses, em que o professor orientador poderá submeter um projeto em grupo, indicando as atividades e quantos bolsistas necessita, nas vertentes de ensino, pesquisa, cultura e extensão.
Outras universidades também mantém projetos similares. Caso tenha interesse, confira as possibilidades e prazos diretamente na instituição onde está matriculado.
Bolsas PIBIC ou PIBITI:
Um dos caminhos para conseguir fomento na pesquisa de iniciação científica é submeter o projeto para avaliação no Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC) ou no Programa Institucional de Bolsas de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (PIBITI).
O primeiro programa surgiu nos anos 1980 e o segundo em 2007, sendo que ambos são administrados até hoje pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) com a intenção de que os alunos de graduação ampliem suas experiências e tenham uma formação mais bem qualificado na área de pesquisa.
A diferença entre os dois é que o segundo programa é focado em projetos que buscam inovação de tecnologias, fora isso, ambos são oferecidos tanto em Instituições de Ensino Superior e Institutos de Pesquisa privadas e públicas segundo a cota para atender a demanda e estrutura de cada unidade.
Quem seleciona os candidatos são as comissões montadas pela própria universidade ou faculdade, desde que respeitem as normas estabelecidas pelo CNPq para que haja padrão nos processos de seleção.
Para as instituições públicas que mantêm programas de inclusão social, também é possível submeter o projeto no programa piloto de ações afirmativas PIBIC ou PIBITI, que busca oferecer oportunidades a grupos sociais historicamente discriminados
Em média a bolsa tem duração de 12 meses renováveis e hoje o valor da Bolsa de Iniciação Científica ou Tecnológica oferecido pelo PIBIC ou PIBITI é de R$400,00, sujeito a mudanças (confira aqui).
Para participar do processo seletivo, atente-se às chamadas públicas, costumam acontecer uma vez ao ano, segundo o site do CNPq.
Legenda: Congresso PIBIC da Unicamp indexa seus anais com DOI no Galoá e é sucesso de acessos
Fundações de Amparo à Pesquisa (FAPs):
As Fundações de Amparo à Pesquisa de cada estado brasileiro também oferecem bolsas aos pesquisadores ou graduandos que residem no estado de abrangência da fundação, por exemplo, independente se um graduando ser ou não paulista, se ele estiver matriculado em uma universidade no estado de São Paulo pode pleitear uma bolsa de iniciação científica via FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo).
Cada Fundação de Amparo à Pesquisa (FAP) exige um modelo de projeto e requisitos do orientador e do aluno para pleitear a bolsa de iniciação científica, por isso é importante conferir direto na FAP que atende sua universidade ou faculdade quais são os seus critérios e requisitos exigidos.
O mesmo vale sobre os prazos para solicitação da bolsa. Na FAPESP, que atende o estado de São Paulo por exemplo, pode-se solicitar o amparo em qualquer época do ano. Os valores também variam em cada FAP.
Confira a seguir quais são as FAPs de cada estado:
- Acre: FAPAC (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Acre)
- Alagoas: FAPEAL (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Alagoas)
- Amapá: FAPEAP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Amapá)
- Amazonas: FAPEAM (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas)
- Bahia: FAPESB (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia)
- Ceará: FUNCAP (Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico)
- Distrito Federal: FAP-DF (Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal)
- Espírito Santo: FAPES (Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo)
- Goiás: FAPEG (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás)
- Maranhão: FAPEMA (Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão)
- Mato Grosso: FAPEMAT (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Mato Grosso)
- Mato Grosso do Sul: FUNDECT-MS (Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso do Sul)
- Minas Gerais: FAPEMIG (Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais)
- Pará: FAPESPA (Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisa)
- Paraíba: FAPESQ (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Paraíba)
- Paraná: Fundação Araucária
- Pernambuco: FACEPE (Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia do Estado da Pernambuco)
- Piauí: FAPEPI (Fundação de Amparo à Pesquisa do Piauí)
- Rio de Janeiro: FAPERJ (Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro)
- Rio Grande do Norte: FAPERN (Fundação de Amparo à Pesquisa do RN)
- Rio Grande do Sul: FAPERGS (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do RS)
- Rondônia: FAPERO (Fundação de Amparo à Pesquisa de Rondônia)
- Roraima: Até o momento de fechamento desta matéria, não existia uma FAP.
- Santa Catarina: FAPESC (Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina)
- São Paulo: FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo)
- Sergipe: FAPITEC-SE (Fundação de Amparo à Pesquisa e à Inovação Tecnológica do Estado de Sergipe)
- Tocantins: FAPTO (Fundação de Apoio Científico e Tecnológico do Tocantins)
Retomando alguns pontos, a iniciação científica é benéfica para quem pretende se inserir direto no mercado de trabalho ou ter mais bases para ingressar em um programa de mestrado ou doutorado.
Ao contrário do que algumas pessoas acreditam, o fato de não ter realizado uma IC na graduação não exclui a chance de ser aprovado em um programa de pós-graduação. Porém, facilita a compreender algumas metodologias e dinâmicas na rotina acadêmica, como publicação de anais e participação de eventos.
Caso conheça alguém que esteja interessado em publicar anais de eventos ou acredita que sua instituição tenha potencial, convide para conversar (sem compromisso) no Galoá. Nossa equipe está preparada para oferecer o melhor orçamento com qualidade na indexação dos anais de evento de iniciação científica.
Ah, agora que você já sabe o que é uma IC, que tal conferir as vantagens em fazer uma neste texto? Espero que continue ajudando na sua descoberta.