Precisa de uma solução para agilizar a comunicação científica? Saiba aqui tudo sobre os preprints!
Os preprints estão se tornando cada vez mais populares no meio científico e acadêmico. São muito efetivos ao agilizar a comunicação e divulgação de manuscritos gratuitamente pelo mundo todo. Mas ainda existem muitas dúvidas sobre o que são preprints e como aproveitar melhor todos os benefícios que podem vir com eles.
O que é preprint?
Se traduzida literalmente, a palavra preprint significa pré-impressão. Trata-se de um manuscrito científico com dados completos que é carregado em um servidor público antes de sua impressão final em periódicos. Muitas vezes o preprint é exatamente o mesmo artigo que será publicado, mas ele ainda não passou pela revisão por pares. Mas nem sempre o preprint é o artigo finalizado, alguns autores editam o texto diversas vezes e até trazerem novos resultados, tudo isso dentro do servidor em que a publicação foi inserido!
O preprint passa por uma breve avaliação para confirmar que seja realmente de conteúdo científico. Após essa inspeção, é publicado no prazo de um dia na web, ficando disponível para a leitura de qualquer pessoa no mundo gratuitamente. Isso permite que o autor tenha um maior controle sobre o alcance de sua publicação em escala mundial, já que é possível visualizar a quantidade de acessos que o arquivo teve.
Outro recurso interessante, é a possibilidade de publicar rapidamente qualquer alteração que o conteúdo venha a sofrer, evitando erratas e edições complexas, que podem posteriormente prejudicar a credibilidade do seu trabalho, como normalmente acontece em artigos publicados em revistas científicas. As mudanças no preprint também podem acontecer através de comentários e do acréscimo de novos dados em uma avaliação aberta dos que se interessaram pela leitura.
Por que fazer um preprint?
O processo de publicação de um periódico pode ser muito lenta e a revisão por pares trazer respostas imprevisíveis. Justamente por isso, os preprints agilizam as publicações e são uma ótima opção para pesquisas que têm urgência de disseminação, como epidemias ou questões de ordem social.
Visibilidade
Mas não é só pela agilidade que os preprints estão se popularizando. A facilidade na divulgação e a consequente visibilidade que o trabalho alcança são muito interessantes para o autor, pois quando o trabalho se torna conhecido, conquista uma reputação e é visado por revistas científicas para uma publicação mais completa.
Evidência da produtividade
Muitas vezes, o preprint acaba se tornando uma evidência pública da produtividade e das realizações de sua pesquisa. Outros cientistas podem ver, comentar e em alguns casos até promover novas parcerias. É muito fácil acompanhar o avanço de resultados e entender o processo de pesquisa que se seguiu a partir da primeira publicação.
Acessibilidade
Os preprints facilitam que seu trabalho seja acessado no mundo todo gratuitamente. Isso permite que sua publicação alcance muito mais leitores para ser acompanhada e citada mais vezes.
Agilidade
Algumas pesquisas precisam ter os resultados publicados rápido, devido à urgência de seus conteúdos. Isso acontece principalmente nas áreas da saúde e biológicas no geral, em que muitas vezes são pesquisadas patologias que precisam ser rapidamente tratadas e, por isso, precisam da publicação urgente. Assim, os preprints são ideais, pois permitem a publicação do artigo em um prazo muito mais curto que os periódicos.
Existem desvantagens no preprint?
O preprint é uma publicação que ainda não passou pela peer-review (revisão por pares), que se trata de uma avaliação mais completa e confiável realizada por especialistas anônimos.
A falta desse tipo de revisão pode acarretar alguns problemas, razão para se tomar muito cuidado, pois a pesquisa ainda não foi revisada por pares e isso abre espaço para brechas nos resultados. É muito importante ficar atento ao usar algum preprint como referência para sua pesquisa e mais ainda ao publicar, pois a publicação com erros pode ser um problema para a sua reputação como cientista.
O que são repositórios?
Os preprints ficam armazenados em um sistema criado de acordo com as suas necessidades, os chamados repositórios ou servidores. O repositório é um ambiente computacional que conta com diversos recursos específicos, entre eles: upload de manuscritos, controles de aceitação e rejeição, criação de novas versões de manuscritos, comentários, submissão a periódicos, classificação e apresentação por assunto.
Existem vários repositórios diferentes e, em geral, eles são separados de acordo com a área de interesse. O arXiv é o principal deles, destinado a arquivos dos campos da matemática, física, ciência da computação, biologia quantitativa e estatística. Outro repositório muito utilizado é o bioRxiv, destinado às ciências biológicas.
Um breve histórico do preprint
Não é de hoje a academia sente urgência em publicar alguns trabalhos. A divulgação é parte essencial da pesquisa científica, se não a mais importante. E se hoje o processo de publicação já é demorado, imagine como era alguns anos atrás, sem a facilidade de acesso à internet que nós temos!
Em 1961, o National Institutes of Health (NIH) começou um projeto de compartilhamento de preprints por correio. Os manuscritos eram enviados a outros interessados antes da avaliação por pares, o que levou à criação dos IEGs, Information Exchange Groups, que duraram até 1967. Nesse período, foram divulgados aproximadamente 2.500 trabalhos, um número alto para a divulgação científica por correios em uma época em que as editoras tradicionais faziam muita pressão.
Após o encerramento dos IEGs, a discussão sobre a comunicação científica continuou e até se intensificou. A solução veio em 1969 no campo da física, quando a biblioteca SLAC e o Laboratório Lawrence de Radiação lançaram o Serviço de Preprints em Partículas e Campos, que conseguiu reunir 1.600 participantes, o que demonstra o peso da demanda pelos preprints.
Com os avanços das tecnologias de comunicação e informação, os preprints alcançaram um novo patamar. Em 1991, foi criado o primeiro servidor automatizado de preprints via e-mail pelo Laboratório Nacional Los Alamos. Esse sistema é o que viria a ser chamado arXiv. Nos anos posteriores, o arXiv cresceu, bem como a produção científica. O repositório começou a expandir e aceitar trabalhos em mais áreas do conhecimento e, hoje, é o maior repositório de preprints.
Hoje existem diversos repositórios, separados por áreas do conhecimento e muitas editoras não enxergam mais os preprints como ameaças e entendem que são uma publicação a parte do conteúdo finalizado.
Como publicar um preprint?
Publicar um preprint é simples, mas não tanto quanto parece. Os servidores precisam manter um controle de qualidade e fazer uma avaliação se o conteúdo é realmente de teor científico, assim os materiais enviados passam por um processo de análise, que geralmente é realizado no período de um dia.
Os repositórios exigem que o autor tenha um registro junto ao servidor. Isso ajuda a ter um controle de quem está publicando e dá mais credibilidade às publicações. Em geral, os servidores têm suas próprias regras, mas é importante que o artigo seja de caráter científico, original e que o autor esteja de acordo com os termos sobre a publicação da informação.
Assim, o primeiro passo para publicar o seu preprint é encontrar o repositório que esteja de acordo com a sua área. Em seguida, certifique-se que o manuscrito está bem feito e que pode ser aprovado pelas instâncias, avaliação que deve ser feita também se você pensa em publicar em revistas e periódicos e, por fim, informe-se sobre todo o sistema do repositório que foi escolhido. Como já foi citado, os mais populares são o arXiv, direcionado á matemática, física e estatística, e o bioRxiv, direcionado à biologia.
Os preprints são uma ótima solução para a difusão científica entre pares e facilitam muito a comunicação, agilizando o compartilhamento de resultados e a edição de informações, além de permitir a interação com pesquisadores do mundo todo e até servindo como meio para se fechar parcerias.
Mas apesar de todas as vantagens, é bom se atentar, pois a revisão por pares é importantíssima e os trabalhos que são publicados têm muita credibilidade. Assim, mesmo que os preprints sejam uma ótima solução, especialmente pela sua agilidade, não deixe de publicar seu trabalho em revistas ou periódicos.
O Galoá também quer ser parte dessa revolução na forma de se comunicar no meio científico. Se você ainda ficou com dúvidas se deve publicar o seu preprint, confira aqui porquê publicar preprints! Mas também comente aqui quaisquer que sejam suas dúvidas, e nossa equipe estará pronta a ajudar!
Caso queira mais segurança para os preprints do seu repositório, podemos depositar DOI para eles. Agora a Crossref permite esse tipo de registro, leia mais aqui e deixe seu contato abaixo para explicarmos mais detalhes.
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